Resenha #297 Não basta não ser racista: Sejamos antirracistas @FaroEditorial

Ao início desta resenha, devo dizer que a professora universitária e consultora em questões de justiça racial e/ou social, Robin DiAngelo, escreveu um livro que vale muito a pena ser adquirido pois, mesmo para quem não gosta desta temática, a leitura leve e exemplificada consegue conquistar.
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Título: Não basta não ser racista: Sejamos antirracistas
Autor: Robin DiAngelo
Lançamento: 2020
Estante: Skoob
Páginas: 192
Editora: Faro Editorial
Comprar: Amazon
Literatura: Internacional
Estrelas: 5/5

É hora de todos os brancos abandonarem a ideia de superioridade e, de fato, atuarem no combate ao racismo. Negação, silêncio, raiva, medo, culpa… essas são algumas das reações mais comuns quando se diz a uma pessoa que agiu, geralmente sem intenção, de modo racista. Ser abertamente racista não é algo socialmente aceitável. Ninguém quer ser visto assim. Mas cada vez que se nega o racismo, impedimos que ele seja abordado e que nossos preconceitos sejam discutidos. As reações de negação não servem apenas para silenciar quem sofre o preconceito, também escondem um sentimento que a autora Robin Diangelo passou a chamar de fragilidade branca. Em seus estudos, Diangelo catalogou frases, palavras e sentimentos de voluntários que se veem sem qualquer preconceito e demonstrou que, no fundo, ele estava lá. Sua proposta é que todos comecem a ouvir melhor, estabeleçam conversas mais honestas e reajam a críticas com educação e tentando se colocar no lugar do outro. Não basta apenas sustentar visões liberais ou condenar os racistas nas redes sociais. A mudança começa conosco.

“O racismo está profundamente entranhado em nosso tecido social. Ele não se limita a um só ato ou pessoa. Nem fica num vaivém, um dia beneficiando os brancos e no outro dia (ou época, até) beneficiando pessoas de cor.” 

Ao início desta resenha, devo dizer que a professora universitária e consultora em questões de justiça racial e/ou social, Robin DiAngelo, escreveu um livro que vale muito a pena ser adquirido pois, mesmo para quem não gosta desta temática, a leitura leve e exemplificada consegue conquistar. Por isso, digo a você, caro leitor, não tenha receio de lê-lo, ele é incrível, suas palavras e ensinamentos permanecerão com você pelo resto de sua vida, porque Robin DiAngelo explica sua tese na obra apontando características e comportamentos característicos de um racismo explícito e não explícito na qual você verá profundamente a cada página. A escritora quer estimular a mudança, portanto, mais um conselho: abra o livro com uma mente aberta, esteja pronto para receber informações importantes, sobre a realidade que dá privilégios e poder institucional para alguns e preconceito, discriminação e o falado racismo para outros.

Mesmo com tantas idéias propostas sobre o termo, o racismo não é somente seu foco. Apesar de que temos a impressão que este será o grande percussor de todos os assuntos de DiAngelo, a também socióloga começa com seu dizer: “A menor dose de estresse racial é intolerável — frequentemente, a simples sugestão de que ser branco tem um significado faz disparar uma gama de respostas defensivas. Isso inclui emoções como raiva, medo e culpa, além de comportamentos tais como altercação, silêncio e retração da situação indutora e estresse.” E é num desses parágrafos que ela surpreende, neste apresentado que contém a segunda temática a ser tocada por Robin, ou seja, a fragilidade branca, que é também a motivação de tantas pesquisas e a luz dos desafios levantados no livro. Como criadora da obra literária, DiAngelo diz que espera que muitos leitores brancos — seu público foco —, tenham momentos de desconforto lendo seu livro, aponta que esse sentimento de desconforto aparecer é um sinal de que ela conseguiu deslocar o status quo racial. Sendo este seu propósito.

Para formação deste propósito/objetivo e para lançar esta obra repleta de tantos sermões e ensinamentos, DiAngelo iniciou seus estudos em 1990, ao perceber os padrões do racismo e da fragilidade branca. Logo, em 2011, publicou um artigo acadêmico que repercutiu o assunto. Segundo os jornais The Guardian e The New York Times, Não basta não ser racista: Sejamos antirracistas, é um livro repleto de aprendizados e com um propósito espetacular de tornar visível o modo como um aspecto de sensibilidade branca continua a manter o racismo no lugar. Por conseguinte, é importante deixar claro que, a leitura deste livro, apesar de imprimir um teor acadêmico, mostra-se simplista nas expressões. A autora busca formas fáceis de explicar os comportamentos, pensamentos e sentimentos racistas. Ela mostra-se disposta a gerar debate e polêmica para despertar você, o leitor, e para além disso, chocá-lo, deixá-lo a par do assunto e alertá-lo.

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