Resenha #377 A Psicologia Da Estupidez – Jean-François Marmion @FaroEditorial

Gostei muito da forma como o autor iniciou a primeira página de leitura, ele te orienta a se desprender de qualquer conceito ou pensamento que você acredite ter sobre o termo “estupidez”.
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Resenha # A Psicologia Da Estupidez – Jean-François Marmion @FaroEditorial







Título: A Psicologia Da Estupidez
Autor: Jean-François Marmion
Lançamento: 2021
Estante: Skoob
Páginas: 320
Editora: Avis Rara
Comprar: Amazon
Literatura: Estrangeira
Gênero: Psicologia, Ciências Sociais
Estrelas: 4/5

Um mundo sem estupidez é possível! Na verdade, não… Desculpe. Mas isso não nos impede de tentar entender a estupidez humana. Afinal, todos nós lidamos com ela diariamente. Seja nas notícias, nas redes sociais ou nos grupos com os quais convivemos. Entender os idiotas é um desafio, algo que nunca foi realizado de forma profunda. Estudiosos, psicólogos e especialistas em comportamento humano se juntaram para analisar como a estupidez se processa e quais seus mecanismos: entendê-la parece ser a melhor forma de combater sua disseminação. O objetivo deste livro é preparar o leitor para esse juízo final de quem tem de aturar a estupidez continuamente. Afinal, como diria Nelson Rodrigues, “os idiotas vão dominar o mundo. Não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos”.

**Resenha feita em parceria com a Editora**

Gostei muito da forma como o autor iniciou a primeira página de leitura, ele te orienta a se desprender de qualquer conceito ou pensamento que você acredite ter sobre o termo “estupidez”.

Eu gostei muito do livro, me abriu a mente começando pelo titulo “A Psicologia da Estupidez”. Quando se fala de psicologia, entende-se que irá retratar sobre as características do comportamento humano, da forma de pensar, de agir. Mas, quem imaginaria que seria possível estudar a estupidez? A curiosidade me levou a ler o livro, porque a principio é o que deixa visível.

Iniciando uma crítica ao conceito de Descartes, devido ser um filósofo defensor do pensamento racionalista, onde ele cita a frase:

“O bom senso é o que há de mais universal no mundo”

Mas o filósofo não retrata sobre a estupidez, crítico né…

O autor do livro contesta muito em cada capítulo por assim dizer, as abordagens dos outros especialistas, principalmente aos psicólogos que se negam retratar sobre o assunto com mais maturidade. Sendo que pela sugestão de seu subtítulo ele já traz um questionamento social da humanidade:

“A dúvida enlouquece, a certeza estupidifica”.

O que isso quer dizer? Se você, amigo leitor, deixar de lado seu posicionamento crítico, qualquer tipo de paradigma ou crença limitante, vai entender que o autor fala que o comportamento de estupidez é natural do ser humano, porém, podemos dizer aqui que o mundo não é dos espertos e sim dos estúpidos. Onde ele detalha que muitas pessoas entendem como pessoa estúpida ou até mesmo levam algumas à serem denominadas como, a pessoa malandra, o tolo, o miolo mole, os cabeça de vento e por aí vai.

Um das coisas que me chamou muito atenção na leitura, foi justamente o fato de que desde a nossa infância nós escutamos a palavra “estupidez” como algo ofensivo, que pode denegrir nossa imagem, nossa personalidade. Pois, nós aprendemos com o conhecimento do senso comum, que se uma pessoa era chamada de estupida, era claramente vista como uma pessoa que não tinha opinião própria, algo do tipo.

Sim, caro leitor, em algum momento da leitura desse livro, você descobrirá que você já teve um comportamento de estupidez sem perceber, e acredite isso não é ruim nem ofensivo, é claramente natural.

Assim como no ponto que ele cita Aristóteles:

“O estúpido afirma, o cientista dúvida e o sábio medita”.

Eu gostei da parte onde o autor traz uma provocação crítica aos filósofos, por nunca terem retratado sobre o conceito da estupidez em seus estudos. Deixando assim a população na inércia desse conceito, e sendo subjugada como algo que seja contra aos preceitos éticos, morais de uma sociedade. Sendo que, se tivesse nos assuntos estudados de todos seria vista de uma forma melhor, sem receios, sem rejeição.

De acordo com a pesquisa científica realizada pelo autor, mostra uma diversidade acerca do termo estupidez, e seus aspectos características que marcaram nos estudos de vários especialistas e como cada um determinava o seu sentido. Ele cita desde o ponto de vista do cunho jurídico até o psicólogo sobre comportamento da aprendizagem.

O livro é longo, cerca de 30 capítulos, por isso é importante ler com muita atenção, e de preferência fazendo anotações para entender o que se passa em todo esse tipo de estudo.

Minha única crítica é a cerca ao ponto desse estudo, seria apenas por não saber ou ser iludida com o termo estupidez como a sociedade tem nos repassado.

É um estudo interessante, porém muito técnico. Do meu ponto de vista, realmente quem não julgaria o termo estupidez? Eu mesma já fiz isso inúmeras vezes e percebi o quanto esse termo tem em sua profundidade de conhecimento. Se eu pudesse deixar uma ressalva ao autor, eu diria “Parabéns pela pesquisa, realmente o título foi um chamariz muito forte”, porque eu nunca imaginei que esse termo teria tanta repercussão.

Outro ponto que eu posso dizer que me interessou muito durante a leitura desse incrível livro, foi a forma como o autor trouxe a contextualização de sua pesquisa, ele é muito natural com as palavras, é como se você estivesse com ele à sua frente lendo sua pesquisa. O que deixa uma clareza na escrita, não se tornando cansativo de ler, apesar de ser um estudo cientifico.

Se você é professor de história, sociologia ou filosofia, vale a pena a leitura desse livro e até mesmo para fazer uma releitura para seus alunos e trazer bons ensinamentos.

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